Sunday, February 19, 2006

Os “refilões” e os “acomodados”!...

“Estamos sempre dispostos a acreditar naqueles que não conhecemos, pela simples razão de que esses ainda não tiveram oportunidade de nos enganar”.

Samuel Johson

Nunca nos passaria pela cabeça ouvirmos um dia da boca dum astuto e “imaculado político” que a nossa voz reivindicativa – no sentido lato da sobrevivência humana, sendo que o êxito não é uma dádiva, mas sim uma conquista (Marden) – seria rotulada de «refilão». Não é preciso muito esforço para perceber o sentimento etognóstico de tais vociferadoras vozes, acomodadas ao princípio da subalternização da consciência, como quem compra “batatas” para delas fazer “fécula”. A atitude e a conduta dos “desamordaçados” cria-lhes um nervoso miudinho, a ponto de se emularem no auto-martírio, permitindo-se, ao mesmo tempo, em reclamarem qualidades de competência, sagacidade e lealdade que não possuem, mas que fazem questão de ostentar ou proclamar aos sete ventos. Como «refilões» que somos alimentamos e permitimos a “saga dos acomodados”, serenamente, em levadas de flanqueados e desonestos procedimentos, tal como aquilo que nos disseram às escuras possa ser dito à luz do dia, bebendo na inspiração das sagradas escrituras: Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma. Temei antes aquele que pode fazer perecer na Geena o corpo e a alma. Não se vendem dois passarinhos por um asse? E nem um deles cairá por terra sem consentimento do vosso Pai! Quanto a vós, até os cabelos da vossa cabeça estão contados! Não temais, pois valeis muito mais do que os passarinhos (São Mateus 10:28-31). Assim é a nossa dignidade, ferida, mas não morta. Apesar das dificuldades, dos trilhos sinuosos, dos macambúzios “guardiões do templo”, tudo faremos por nossos filhos, sem cairmos na daltónica tentação da mãe-coruja.


Pena é que aqueles que deveriam acreditar em nós, por forma a lhes mostrarmos a nossa capacidade, firmeza e lealdade – porque requer alguma «essência do intelecto» – se deixem levar por pressupostos, ressabiados azedumes e estratagemas dos periclitantes homens de “ideais vários”, “incompetências disfarçadas” pela admoestação e “folclore do pandeiro”. Pena é que assim aconteça: os “refilões” a alimentarem os “acomodados”, quase como uma articulação divergente entre o “bem” e o “mal”... Tão só porque quem “refila” se torna incómodo!
Os “acomodados”, sem trabalho e sem darem a cara – ao tempo das desventuras ideológicas e minorias destroçadas – vivem da necessidade de se mostrarem antagónicos à simbólica e expressiva linguagem do Pe. Manuel Bernardes, que um dia viu o homem como um comediante no trabalho; hóspede na estalagem; candeia exposta ao vento; fábula de calamidade; padecente caminhando para o suplício. E assim, serenamente, às costas dos “refilões”. Em tempo de “mar chão”. Infelizmente, a senilidade do homem “acomodado” é circunstancial, propositada e oportunista. O tempo o dirá!

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