Sunday, April 08, 2007

«Feiras Novas: 1826-2006», obra monumental de Amândio de Sousa Vieira!...

“Diante dos nossos olhos move-se assim um período histórico de quase dois séculos, não apenas o do evento, o do acontecimento rápido, mas o desse tempo longo que capta a vida profunda”.
Luís Dantas

Ficamos completamente fascinados com a obra monumental que nos veio parar às mãos, amavelmente oferecida por seu autor, o nosso particular amigo /irmão Amândio de Sousa Vieira. Só quem tem uma sensibilidade apuradíssima de artista, poderá conceber tal preciosidade. Se, tal como um dia afirmou Walter Firmo «a função de uma fotografia é sobretudo educar, levando ao espectador algo de novo: o acto de ver uma fotografia será sempre do conhecimento», somos forçados à subsequente interrogação quanto ao conhecimento de quem produz a imagem – a que chamam fotografia – na sua originalidade embrionária.


«Feiras Novas: 1826-2006», última obra de Amândio de Sousa Vieira, é um diamante lapidado, porque sabemos da sua delicada mestria no tratamento de documentos, na manipulação dos produtos que irão dar vida a carunchosas e/ou desmaiadas memórias impressas; do paternal carinho emprestado às partículas desarticuladas da imagem real; e, do brilho dos seus olhos quando vêem desempoeiradas as próprias memórias. Pela condição genética – assumidamente genética, porque com alma –, sendo que as terras limianas são a sua “pátria”, Amândio de Sousa Vieira acaba de prestar, ao distrito e quiçá ao país, um inestimável serviço cultural, serviço esse que competiria a quem tem obrigação para tal e não o faz ou, sorrateiramente, se vai cobrindo com o dinamismo intelectual dos outros. Infelizmente, o mesmo acontece com todos os outros escritores limianos – e não só –, sendo que alguns Amândio de Sousa Vieira, inteligentemente, acaba por os inserir na sua obra. Pela pertinência bibliográfica, passamos a citar: Abel Baptista, Alberto do Vale Loureiro, Alberto Madeira Miranda, Alexandre Reigada, Amândio de Sousa Dantas, Aníbal Marinho, Aníbal Rocha, António Amorim, António Coelho de Sousa Machado, António Manuel Couto Viana, António Feijó, António Nobre, António Porto-Além, António Vieira Lisboa, Pe. Artur Coutinho, Augusto de Castro e Sousa, Pe. Carlindo Vieira, Carlos Lima Magalhães (Menã), D. Carlos Martins Pinheiro, Carlos Passos, Casimiro Pereira Alves, Cláudio Lima, Conde d’Aurora, Conde da Freiria, Daniel Campelo, Delfim Guimarães, Delfim Magalhães, Eduardo de Castro e Sousa, Ermelinda Mendes, Faria de Morais, Fernando Augusto de Vasconcelos Calheiros de Barros, Fernando da Silva Pereira, Francisco Bernardino, Francisco Sampaio, Franclim Castro Sousa, Gaspar Pacheco Maia, Humberto Lopes, João Barros, João Carlos Gonçalves, João Dantas Guerra, João Gomes d’Abreu, João Marcos, João Verde, Jaime Ferreri, José António Cunha, José Carlos Magalhães Loureiro, José Castilho, José Guerra dos Santos de Matos, José Maria Cerqueira, José Rosa Araújo, José Sousa Vieira, José Velho Caldas, Júlio de Lemos, Luís de Sousa Dantas (autor do prefácio), Luís Forjaz Trigueiros, Madalena Vieira Martins, Pe. Manuel Dias, Maria Cândida Brandão, Maria João Vieira, Maria Manuela Couto Viana, Mário Freire, Miguel de Lemos, Pai-Paulino, Pedro da Silva, Pedro Vitorino, Ribeiro da Silva, Rodrigo Veloso, Rosária Sá Coutinho, Rui Quintela, Severino Costa, Susana Espadilha, Teófilo Carneiro, Ulisses Duarte e Victor Castilho. Tal como um dia escreveu Fernando da Silva Pereira: Para Amândio Vieira, as Feiras Novas têm uma componente humana única. Nas festas de Ponte de Lima, “é que, em rapaz, via os cavalinhos”, e, um dia, fotografou “um menino, cansado da romaria, a dormir em cima do chapéu do pai”, Amândio de Sousa Vieira escreve sentimentos e emoções com a imagem. Que forma bela de amar a sua terra!...
Se não soubéssemos do seu apego à vida e a Ponte de Lima, o que nos faz antever uma produção cultural cada vez mais elevada, estaríamos em dizer que nada mais de tão magnificente será produzido em Ponte de Lima, daqui para o futuro.
«Feiras Novas: 1826-2006», uma obra com nota máxima!

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