Tuesday, May 29, 2012

Os 100 Anos de vida do «Viana Taurino Clube», em livro

“Tratando-se de um clube animado pelo voluntarismo e dedicação dos seus associados, transformado num grupo empenhado de cidadãos que tem demonstrado uma grande capacidade para dinamizar actividades, cem anos depois da fundação, o Taurino é uma das mais prestigiosas colectividades da cidade”

Os Autores (Rui A. Faria Viana / Amândio Passos Silva)

Por mantermos, há mais de trinta anos, uma certa cumplicidade com o actual director (Avelino Castro) deste centenário órgão de comunicação social (Cardeal Saraiva) e com as gentes de Ponte de Lima – e não são poucos os coniventes –, não resistimos à tentação, em jeito de desafio, de passarmos a deambular, com mais assiduidade, pelas páginas do “Cardeal Saraiva”. Aproveitando o ensejo de este mesmo jornal ter sido fundado a 15 de Fevereiro de 1910 – ano marcadamente memoriável para alguns (muitos), pelo facto de assistirmos à implantação da República –, queríamos trazer à memória de todos aqueles que se prezam em ser limianos (tendo em conta a nossa ancestralidade e de todos nós bebermos da água do Lethes), que em 10 de Agosto desse mesmo ano era fundado, em Viana do Castelo, o «Viana Taurino Clube», embrionariamente nascido de um grupo de aficionados da tauromaquia, fortemente estimulados pelo famoso cavaleiro tauromáquico Francisco de Lima da Costa Barreira, conhecido por Morgado de Covas (1878-1919). Foram fundadores deste mesmo clube: Alfredo Plácido Leitão de Castro, Amadeu Petropolitano Leitão de Castro, António Alberto Lopes Guimarães, António Albino Pimenta de Queirós Lacerda, António da Silva Pereira, Ernesto Sardinha, Henrique Couto Viana, João d’Alpuim d’Agorreta de Sá Coutinho, João Alves Cerqueira, José d’Alpuim d’Agorreta de Sá Coutinho, José António Couto Viana Ferreira, José Domingos Vivo, José Martins Xavier, José Viana Carvalho, Luís Filipe Ferreira d’Eça e Leiva e Luís Vieira do Rego Viana.


É evidente que não é nosso propósito, neste pequeno apontamento, discorrer pelo percurso existencial deste prestigiado clube centenário, mas “anunciar” o positivo arauto de todo esse percurso ter sido dado à estampa (em Abril de 2012) num bem elaborado e meticuloso trabalho editorial, da autoria de Rui Alberto Faria Viana, actual director da Biblioteca Pública Municipal de Viana do Castelo e responsável editorial dos Cadernos Vianenses, licenciado em História e Ciências Sociais pela Universidade do Minho e Pós-graduado em Ciências Documentais pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, autor de diversos trabalhos sobre a história local e responsável por dezenas de entradas sobre autores vianenses no Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, editado pelas Publicações Europa-América; e Amândio Passos Silva, antigo gerente bancário, com forte ligação ao associativismo – tendo presidido aos destinos do S. C. Vianense e do próprio Viana Taurino Clube –, sendo actualmente Vice-Presidente da delegação de Viana do Castelo da Cruz Vermelha Portuguesa e Membro da Assembleia Municipal de Viana do Castelo. Apesar dos autores deste maravilhoso – porque, como acima referimos, bem elaborado – trabalho afirmarem (demonstrando uma certa humildade, que só os intelectualmente bem formados possuem) que o mesmo foi elaborado “de modo sucinto e desapaixonado, sem grandes conjecturas e análise”, temos que reconhecer que todo um potencial de memórias acumulado num século de vida – face à informação disponível (em algumas situações sabemo-la, circunstancialmente inexistente) –, não poderia ser feito doutra maneira. Aplaudimos a metodologia seguida e “subscrevemos” a sensação do dever cumprido, quando reforçam que “o cruzamento de toda esta informação permitiu-nos reconstituir os momentos mais significativos do percurso do Taurino ao longo de um século de vida, reflectidos aqui, por razões metodológicas, no espaço temporal correspondente à vigência de cada presidência”. Perpassam pelas suas 228 páginas, as presidências de João d’Alpuim d’Agorreta (1910-1911); José d’Alpuim d’Agorreta (1912); Miguel d’Alpuim d’Agorreta (1913-1925); Salvato Feijó (1926-1927); Miguel d’Alpuim d’Agorreta (1928-1929); Ernesto Sardinha (1930-1931); João Vítor Martins Viana (1932-1933); José Maria Mendes Carneiro (1934); João Vítor Martins Viana (1935-1936); Henrique Couto Viana (1937-1938); José Júlio de Magalhães e Vasconcelos (1939-1944); Henrique Couto Viana (1945-1946); Ernesto Sardinha (1947); José de Carvalho Vieira (1947); António Pacheco (1948-1949); José Júlio de Magalhães e Vasconcelos (1950); Eugénio Pinheiro (1951-1963); António Martins de Araújo (1964-1965); Norberto Gonçalves (1966-1968); António Martins de Araújo (1969-1970); Arnaldo Passos (1971); João de Pinho Viana (1972-1974); Armando Rodrigo Soares Pereira (1975); Justino Carvalho (1976); João Augusto Azevedo Santos (1977-1978); João José Roriz Martins Carneiro (1979-1980); João Augusto Azevedo Santos (1981); João Duarte (1981-1982); Romeu Fernando Martins de Sousa (1983-1988); Amândio Araújo Passos Silva (1989-1990); Carlos José Machado (1991-1992); Romeu Fernando Martins de Sousa (1993-1996); Graciano Afonso Quesado (1997-2002); Carlos Manuel Moreira Pereira Gomes (2003-2008); e, Ricardo Viana Felgueiras (2009-2010). Muitas destas personalidades tiveram uma acção preponderante no desenvolvimento cultural e político da nossa região, mais concretamente o Alto Minho.

Nota máxima para o «Viana Taurino Clube: 100 Anos de Vida» e para os seus autores. Esta é, a partir de agora, uma obra de referência na bibliografia regional!  

1 comment:

Carla said...

Quando jogava voleibol, e conheci o clube, achava que tinha um nome tão assustador...é engraçado como o nome pode influenciar psicologicamente os adversários!
Força Taurino!