Tuesday, July 14, 2015

À conversa com Afonso Reis Cabral.

Prosseguindo com a divulgação da iniciativa da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo, À conversa com…, através da qual se propõe promover, em torno do livro, o diálogo e a troca de conhecimentos com escritores contemporâneos, proporcionando a oportunidade de conviver de perto com os autores e a sua obra, esteve entre nós, no pretérito dia 19 de Junho, o jovem Afonso Reis Cabral, trineto de Eça de Queiroz, o quinto de seis irmãos, nascido em Lisboa em 1990 e cresceu no Porto, Prémio LeYa 2014, com o livro «O MEU IRMÃO», já na 4.ª edição.


Este jovem/HOMEM, que escreve desde os 9 anos, publicou, em 2005, o livro Condensação, no qual reuniu poemas escritos até aos 15 anos. Publicou textos em diversos periódicos. Em 2008 ficou em 8.º lugar no “7th European Student Competition in Ancient Greek Language and Literature”, entre mais de 3500 concorrentes de 551 escolas europeias e mexicanas. Foi o único português a concorrer.
Afonso Reis Cabral é licenciado em Estudos Portugueses e Lusófonos pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tendo recebido o Prémio Mérito e Excelência atribuído ao melhor aluno do curso. Na mesma instituição fez o mestrado em Estudos Portugueses com a dissertação A Orquestra Oculta – Os Estudos da Consciência e a Literatura. Foi bolseiro no Centro de História da Cultura (FCSH-UNL), onde desenvolveu investigação sobre a editora Romano Torres.


«O MEU IRMÃO» é um romance notável e de grande maturidade literária que, tratando o tema sensível da deficiência, nunca cede ao sentimentalismo, oferecendo-nos um retrato social objectivo e muitas vezes até impiedoso. Um livro feito de afectos, inspirado no agreste, não assente no descobrir, mas no criar. Para Afonso Reis Cabral, e a propósito do seu livro, a literatura vive do confronto, da imperfeição, onde toda a narrativa é visto por um narrador. Afonso Reis Cabral revelou-nos que se sente muito inseguro a escrever, mas isso é muito bom para ele, porque o obriga a reformular: – Ninguém escreve para concorrer a prémios! – disse a determinada altura.

Excelente sarau cultural, com um escritor que promete e se recomenda!




Nota à margem:Com a morte dos pais, é preciso decidir com quem fica Miguel, o filho de 40 anos que nasceu com síndrome Down. É então que o irmão - um professor universitário divorciado e misantropo - surpreende (e até certo ponto alivia) a família, chamando a si a grande responsabilidade. Tem apenas mais um ano do que Miguel, e a recordação do afecto e da cumplicidade que ambos partilham na infância leva-o a acreditar que a nova situação acabará por resgatá-lo da aridez em que se transformou a sua vida e redimi-lo da culpa por tantos anos de afastamento. Porém, a chegada de Miguel traz problemas inesperados - e o maior de todos chama-se Luciana.
Numa casa de família, situada numa aldeia isolada do interior de Portugal, o leitor assistirá à rememoração da vida em comum destes dois irmãos, incluindo o estranho episódio que ameaçou de forma dramática o seu relacionamento.   

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